Procedimento inovador alivia dores de paciente com câncer ósseo

foto 1

 

Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aumentar a rotatividade dos leitos e assim poder atender mais pessoas, a Santa Casa trouxe para Poços a Clínica da Dor que, sob a supervisão da médica anestesiologista, Dra Mariana Oliveira Ferreira, e com o apoio Comissão de Cuidados Paliativos, tem trazido grandes resultados, principalmente em  pacientes oncológicos.

A última grande vitória da Clínica da Dor foi no caso da paciente Elizabete Maria da Silva Sena. Ela sofria com muitas dores por causa de um câncer ósseo e, através de um procedimento usando cateter, conseguiu ter essa dor diminuída de forma significativa, podendo até deixar o Hospital para passar mais tempo com seus familiares. 

“A Elizabete é uma paciente que teve um hepatocarcinoma, com metástase óssea importante no fêmur. Ela tinha uma dor insuportável relacionada com a fratura do fêmur e nada resolvia. Ela estava tomando morfina em altas doses sem melhora e no cateter a gente consegue adicionar outras medicações, como um anestésico local e outros adjuvantes da dor que aliviam essa dor local”, explica a Dra. Mariana.  

“Essa paciente pode ir para casa com esse cateter e a gente faz um treinamento com os familiares, com o acompanhamento do ‘Melhor em Casa’ para administrar essa medicação corretamente, reduzindo muito os riscos de intoxicação e de contaminação. Possibilitando que pacientes com casos graves como o dela, com uma dor intratável clinicamente, possam voltar para a residência e ter uma vida com uma qualidade melhor. Essa paciente pode voltar para casa por pelo menos uma semana, o que foi extremamente bom para ela,  pelo convívio com os familiares”, completa Dra. Mariana.

A médica anestesiologista explica com detalhes como é feito esse procedimento com cateter.   “O que fizemos nesta paciente foi um catéter peridural que é um procedimento comum na anestesia mas a gente modifica para ele ter mais utilidade na dor a longo prazo. Passamos o cateter tunelizado, que é o uso desse cateter passando por baixo do subcutâneo e fazendo uma barreira bacteriana para que esse cateter tenha maior durabilidade. Os artigos hoje falam que ele pode durar até 30 dias, mas esse cateter é avaliado semanalmente pela nossa equipe, para ver se tem algum sinal de infecção, para ver se está funcionando tudo direitinho”, relata Dra. Mariana. 

 

Alívio   

 

A paciente Elizabete Maria da Silva Sena era só gratidão pelo alívio de sua dor. Ela comemorou muito poder ficar mais perto dos seus familiares. “Para mim foi excelente, pois eu estava sentindo muitas dores, já estava desanimada. Era remédio para cá, remédio para lá e eu estava realmente desanimada, porque nada funcionava. Aí eu conheci a Dra. Mariana que teve essa ideia excelente. Ela perguntou se eu queria fazer, eu aceitei e foi excelente, graças a Deus. Foi um alívio, um verdadeiro presente, já que eu achava que não tinha jeito para mim, que eu ia ter que conviver com essa dor, a base de comprimido. Foi quando eu fui até o Cacon, encontrei esse anjo que é a Dra. Mariana e deu tudo certo, agradeço muito ela”, comemora a paciente.

 

Clínica da dor 

 

Implantada pela diretoria do Hospital há alguns meses com a chegada da médica anestesiologista Dra Mariana Oliveira Ferreira, a Clínica da Dor iniciou pela própria demanda dos pacientes, principalmente oncológicos, mas deverá  expandir para pacientes com outras enfermidades, como pacientes ortopédicos e pacientes com tratamento neurológico. 

“Os pacientes do cuidado paliativo tem uma demanda muito grande no tratamento da dor. 

São pacientes que tem uma limitação de uso de medicação, que tem necessidade de procedimentos, de um cuidado maior, de uma atenção redobrada em cima desse problema que é a dor oncológica, ou ligada a outros problemas neurológicos. A Clínica da Dor surgiu para tentar tratar melhor esses pacientes que estão naquela situação que você não consegue tratar de modo convencional. São pacientes com uma demanda maior no tratamento de dor”, explica Dra. Mariana, que explica como funciona o processo de tratamento.   

“Nós temos o tratamento tanto clínico, que é por meio de medicações, como o tratamento intervencionista. O tratamento intervencionista pode ser por meio de bloqueios, neurólises, implantação de dispositivos que fazem a analgesia de pacientes, como catéteres, bombas de morfina  e outras medicações para otimizar os pacientes que têm dificuldades de tratar a dor por métodos convencionais. Nós temos uma gama de pacientes alta, que vem por meio de encaminhamento dos médicos oncologistas, ortopedistas, neuros, que encaminham os pacientes pra gente. Esses pacientes primeiro passam pelos seus médicos e vêm para cá quando o tratamento de dor convencional não tem resultado. Aí a gente entra com esse tratamento mais especializado”, relata a médica.