Protocolo de Sepse: Santa Casa realiza parceria com a USP

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Na última semana, a enfermeira Neireana Florencio Vieira,  doutoranda no programa de pós-graduação de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto, esteve na Santa Casa para acertar os últimos detalhes de uma importante parceria entre o Hospital e o Programa de Pós-graduação em Enfermagem da USP. 

O título do projeto é “A Correlação entre a termorregulação e o óxido nítrico plasmático em Pacientes com Sepse e Choque Séptico” e acontecerá  junto com o Protocolo de Sepse que é um protocolo multiprofissional da instituição acompanhado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital, que monitora  pacientes que têm sepse e choque séptico.

Dentro do da Santa Casa, a parceria tem o suporte da  diretora assistencial, Josiane Celis, das enfermeiras da CCIH, Priscilla Ariana e Damiana Silva, juntamente com o médico infectologista Dr. Mário Krugner, que acreditaram na relevância do projeto e no benefício que essa parceria poderá contribuir na assistência de pacientes com sepse e choque séptico.

 “Essa parceria vai ser muito importante porque a Santa Casa está abrindo espaço para que a Universidade entre com o embasamento científico para que possamos entender realmente o que acontece na fisiologia da sepse. Assim, os pacientes que forem incluídos no Protocolo de Sepse da Santa Casa também serão incluídos no projeto da USP”, conta  a enfermeira Neireana, que dá mais detalhes do projeto. 

“Quando o paciente é incluído no Protocolo de Sepse é aí que o projeto entra nessa parceria, porque iremos coletar uma quantidade de sangue para fazer a dosagem do óxido nítrico plasmático e o lactato, correlacionando com a temperatura corporal e pressão arterial do paciente. Qual a finalidade disso? O óxido nítrico é uma citocina que exerce a função de relaxamento vascular, proteção do vaso sanguíneo e comprovado também que é o principal mediador citotóxico de células imunes efetoras ativadas durante o processo inflamatório que acontece na sepse. Quando o paciente entra em sepse acontece um processo inflamatório no organismo e aumento da produção dessa citocina. A preocupação é que quando ocorre aumento dessa citocina seja de forma constitutiva (e-NOS e e-Nos) ou induzível (i-Nos) por células imunes, pode aumentar a vasodilatação e a probabilidade de iniciar choque séptico. Então, o paciente que entra em sepse existe o risco de aumentar essa vasodilatação e ter uma hipotensão. Se a pressão cai, ele tem uma chance maior de entrar em choque séptico. Hoje a mortalidade por choque séptico é maior do que a sepse”, explica a enfermeira. 

“A pesquisa vai quantificar o óxido nítrico em pacientes com sepse e choque séptico, e correlacionar com a temperatura corporal e a pressão arterial. Em estudos recentes realizados em ratos no laboratório da USP, é evidenciado uma correlação negativa entre o óxido nítrico, temperatura e pressão arterial, ou seja, quanto maior o óxido nítrico menor a temperatura e pressão arterial. Nós vamos analisar como funciona a sepse fisiologicamente em seres humanos. Se existe essa correlação negativa e avaliar possíveis hipóteses para futuramente implementar os protocolos de sepse institucionais.  Então, o objetivo é analisar essa quantidade de óxido nítrico em paciente com sepse e choque séptico e correlacionar com a temperatura e a pressão arterial”, relata Neireana.   

“Hoje não olhamos com um olhar diferente para a hipotermia em pacientes com sepse. Entender as variações da temperatura corporal e sua relação com a concentração do óxido nítrico plasmático, será relevante aos enfermeiros de cuidados clínicos e intensivos, reconhecer precocemente os sinais e sintomas da sepse antes que ela progrida para o choque séptico, monitorando e avaliando principalmente os sinais vitais como prevenção no âmbito da sepse.  Isso é um ganho para a enfermagem”, completa a  doutoranda no programa de pós-graduação de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto.